Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 O Criador e a criatura.

     Adoro-Vos, Criador e Senhor, oculto no Santíssimo Sacramento. Bendigo-Vos por todas as obras das Vossas mãos, nas quais vejo tanta sabedoria, bondade e misericórdia. Ó Senhor, semeastes tantos encantos pela terra, e eles me falam da Vossa beleza, embora sejam apenas uma fraca imagem de Vós, beleza inconcebível. E, embora estejais escondido e tenhais ocultado a Vossa  beleza, o meu olhar, iluminado pela fé, Vos descobre, e a minha alma reconhece o seu Criador, o seu maior Bem, e o meu coração mergulha todo em oração de adoração. 

       Meu Criador e Senhor, a Vossa bondade me animou a falar Convosco. A Vossa misericórdia faz com que desapareça o abismo existente entre nós, que separa o Criador da criatura. Dialogar Convosco, Senhor, é uma delícia para o meu coração. Em Vós encontro tudo o que meu coração possa desejar. Aqui, a Vossa luz ilumina a minha mente e a torna capaz de Vos conhecer cada vez mais profundamente. Daqui descem sobre o meu coração torrentes de graças, daqui a minha alma sorve a vida eterna.

    Ó meu Criador e Senhor, somente Vós, acima desses dons, Vos dais a Vós mesmo e Vos unis estreitamente a mim Vossa miserável criatura. Aí, se entendem os nossos corações sem escolha de palavras; aí ninguém tem de interromper o nosso diálogo. Sobre o que falo Convosco, ó Jesus, é segredo nosso, do qual as criaturas não saberão e os anjos não ousam perguntar. São os íntimos atos de perdão, dos quais sabemos apenas Jesus e eu – é o mistério da Sua misericórdia, a qual envolve cada alma em separado.

   Por Essa Vossa inconcebível bondade bendigo-Vos, ó Criador e Senhor, com todo o meu coração e com toda a minha alma. E, embora esse meu louvor seja tão mísero e pequeno, estou tranquila, porque sei que Vós sabeis que ele é sincero, apesar de tão desajeitado... Diário de Santa Faustina - 1692

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